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DESCOBERTO ANTIGO NAVIO EGÍPCIO EM ABUSIR

A embarcação foi descoberta junto à mastaba AS54 em Abusir, nos arredores do Cairo. O navio com mais de 4.500 mil anos é o primeiro a ser encontrado perto de um túmulo que não era de um faraó.
Um antigo navio egípcio com mais de 4.500 anos foi descoberto por um grupo de arqueólogos checos em Abusir, um importante sítio arqueológico nos arredores do Cairo que ficou conhecido por servir de local de enterro à maioria dos faraós e altos funcionários da V Dinastia. A embarcação é a única alguma vez encontrada num túmulo que não pertencia a um rei, refere o El País.Os escombros do navio de madeira foram descobertos há alguns meses sob as areias do deserto durante as limpezas da mastaba AS54, um tipo de estrutura tumular, semelhante a uma pirâmide, que começou a ser usada durante a I Dinastia. O esqueleto da embarcação, com 18 metros de cumprimento, foi enterrado juntamente com peças de cerâmica que datam de cerca de 2.550 a.C., ou seja, do final da III ou inícios da IV dinastia.

Mamduh el Damati, ministro das Antiguidades Egípcias, explicou que o “achado é importante porque se trata da única embarcação do Império Antigo encontrada junto de um túmulo que não pertence a um rei”. O achado “faz sobressair a importância do proprietário da mastaba e da sua relação com o monarca” que, até ao momento, permanece desconhecido. “A capela de oferendas onde devia aparecer o seu nome e títulos está em muito mau estado”, lamento el Damati, citado pelo El País.
Desde que os trabalhos começaram na mastaba AS54 que o dono do túmulo em forma de um tronco de pirâmide permanece uma incógnita para o grupo de arqueólogos do Instituto Checo de Egitologia, que ali trabalham desde 2009. Miroslav Bárta, que dirige a equipa checa, acredita que o túmulo poderá ter pertencido a alguém que viveu durante o reino do faraó Humo, o último rei da III Dinastia que governou o Egito durante 24 anos, até 2.600 a.C.
A teoria de Bárta tem na sua base a descoberta de uma pedra com um cartucho do faraó esculpido e na amplitude e orientação do túmulo. Para o arqueólogo, os achados sugerem que a mastaba foi ocupada por alguém importante, possivelmente um alto funcionário da época de Huni. O facto de o navio ter sido enterrado junto à mastaba AS54 e não junto a uma pirâmide real fez Bartá descartar a hipótese de o dono do túmulo se tratar de um membro da família real. Porém, “o tamanho do túmulo e a presença do barco colocam o defunto no centro da elite do seu tempo, com relações fortes com o faraó reinante“, explicou.
“É sem dúvida uma descoberta incrível. A escavação cuidadosa e a descoberta do barco de Abusir vão contribuir consideravelmente para o nosso entendimento da construção naval egípcia e o seu lugar no culto dos mortos.” A armada egípcia era uma das mais poderosas e importantes do mundo antigo. “E onde há um barco, pode muito bem haver outros”, concluiu o arqueólogo checo.
Noticia Original: Observador

por André Laranjeira em 02.02.2016
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Artigo
TEMPLO DE DENDERA

Já sabem que desde que começou a votação para elegermos as sete maravilhas do Antigo Egito, a nossa página tem vindo a contar a história de cada um dos candidatos. Hoje, vamos falar do magnífico Templo de Dendera. Certamente já ouviram falar dele, no entanto hoje vamos fazer uma descrição um pouco mais pormenorizada.
O Templo de Dendera foi dedicado á deusa Hathor, e é o edifício principal de uma série de construções situadas dentro de um recinto amuralhado. É um dos complexos egípcios mais bem conservados, sobretudo o seu templo principal, pois ficou sepultado por areia e lodo até que foi desenterrado por Auguste Mariette em meados do seculo XIX. A totalidade do complexo cobre cerca de 40.000 metros quadrados, e está rodeado por uma parede de tijolo resistente com oito a dez metros de altura. Dendera foi um lugar de capelas e santuários desde os começos da história egípcia. Ao que tudo indica o faraó Pepi I, foi o responsável pela construção deste lugar, e existem evidências de um templo da XVIII dinastia. No entanto a mais antiga construção existente na atualidade é o Mammisi levantado por Nectanebo I, considerado o último dos faraós nativos

O complexo é constituído pelo Templo de Hathor; o Templo do Nascimento de Isis; o Lago Sagrado; o Sanatorium (onde as pessoas de hospedavam para se banharem nas aguas sagradas e obterem a cura dos deuses); o Mammisi de Nectanebo I; Mammisi Romano (dedicado ao nascimento do herdeiro divino filho de Hathor e Horus - Harsomtus); o Quiosque Romano; e uma basílica cristã datada do seculo V. A construção que mais ressalta dentro do complexo é sem dúvida o Templo Principal conhecido como Templo de Hathor. O templo foi sendo modificado ao longo do tempo, desde o Império Médio até á época do Imperador Romano Trajano. A estrutura existente foi construída o mais tardar não depois do período helenístico do Egito. Na época romana foram realizadas ampliações. O templo era constituído por cerca de 26 compartimentos:
Faraó Pepi I
Faraó Pepi I
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Grande Sala Hipostila 14. Templo de Sokar
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Pequena Sala Hipostila 15. Santuário de Horus
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Laboratório 16. Santuário do Sistro de Hathor
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Armazém 17. Santuário dos deuses do Baixo Egito
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Entrada de Oferendas 18. Santuário de Hathor
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Tesouro 19. Santuário do Trono de Rá
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Saída para o poço 20. Santuário de Rá
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Acesso às escadas 21. Santuário do Colar Menat
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Salão de Oferendas 22. Santuário de Horus (outra representação)
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Salão da Enéade 23. O lugar puro
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Santuário Principal 24. Pátio da primeira festa
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Santuário do Nomo de Dendera 25. Corredor
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Santuário de Isis 26. Escada para o telhado


por André Laranjeira em 19.01.2016
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As representações de Cleópatra VII presentes nos muros dos templos são bons exemplos da arte do Egito Helenístico. Um deles representa Cleópatra e o seu filho, Cesarion, localizado na parte traseira do exterior do Templo. O Templo de Dendera tem vários elementos bastante conhecidos, de que é exemplo o zodíaco de Dendera. O zodíaco de Dendera foi encontrado num templo greco-romano. Contém imagens de Touro e Balança. Existe um esboço dele elaborado durante as campanhas Napoleónicas no Egito, e em 1820 foi desmontado e levado para o Museu do Louvre em França onde se encontra atualmente. Os especialistas datam-no do primeiro seculo antes de Cristo. No que diz respeito á necrópole de Dendera era composta por uma série de Mastabas e data do Império Arcaico, desde o Império Antigo até ao Primeiro Período Intermediário do Egito. Os túmulos subterrâneos do Templo de Hathor têm um total de doze câmaras. Alguns relevos são datados do fim do reinado de Ptolomeu XII. As criptas foram utilizadas como recipientes de armazenamento e iconografia divina. As conhecidas lâmpadas de Dendera também tem dado muito que falar seja por especialistas, ou por pseudocientíficos. Mas a este tema nós dedicaremos um outro post. O Templo de Dendera é um dos lugares do Antigo Egito mais acessíveis para os turistas. É possível visitar praticamente cada parte do complexo.
Espero que tenham gostado Egiptomaniacos e já sabem qualquer dúvida é só deixarem nos comentários que com certeza nos responderemos.
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Série
AMULETOS EGÍPCIOS - OLHO DE HÓRUS

Este é o último episódio da primeira temporada da série “Amuletos egípcios”. Espero sinceramente que tenham gostado destes cinco episódios e que eles tenham ajudado a esclarecer algumas dúvidas. Para este último episódio escolhemos o Udyat, também conhecido como Olho de Horus. Este é provavelmente, o símbolo mais conhecido entre todos os amuletos de que falamos aqui na página, e por vezes é utilizado pelas pessoas sem saberem o seu real significado.
O olho de Horus foi um símbolo mágico com características protetoras, usado pelos antigos egípcios.Para percebermos o porquê de ele ter surgido no antigo Egito, e porque adquiriu características mágicas, temos de contar a lenda que está por trás deste amuleto.Como já sabem o deus Horus era filho dos deuses Osíris e Isis. O deus Seth, irmão de Osíris ansiava tomar o trono do Egito, pelo que começou a engendrar vários planos para roubar o trono ao seu irmão. Uma das maneiras que ele encontrou foi matando Osíris. Horus para tentar vingar o pai e recuperar o trono do Egito inicia batalhas violentas com o seu tio, e numa dessas batalhas acaba por ter o seu olho esquerdo mutilado. Para solucionar este problema procura o deus Toth que lhe substitui o seu olho pelo Udyat, para que este pudesse ter a sua visão de volta. Porém este olho não só lhe devolveu a visão como lhe conferiu poderes mágicos.

Então Horus utilizou o Udyat para devolver a vida ao seu pai Osíris. Os antigos egípcios acreditavam tanto nisto, que logo o Udyat atingiu uma grande popularidade, sendo considerado um dos amuletos mais poderosos. Acreditavam que quem o possui-se poderiam usufruir do seus poderes mágicos: Potenciar a visão; Proteger e remediar as doenças oculares; Neutralizar os efeitos do “mau-olhado” e Proteger os mortos.Como talismã simbolizava a saúde, a prosperidade, a indestrutibilidade do corpo e a capacidade de renascer. Por isso, na atualidade, continua a ser utilizado como um amuleto por pessoas que praticam diversas religiões em todo o mundo. Outra lenda acerca deste amuleto conta que o olho esquerdo de Horus simbolizava a lua e o direito o sol. O olho esquerdo representaria a informação abstrata, controlada pelo lado direito do cérebro, simbolizando o lado feminino, com pensamentos, sentimentos, intuições e capacidades de ver o lado espiritual.Já o olho direito de Horus representaria a informação concreta, que é controlada pelo lado esquerdo do cérebro. Esse lado é responsável pelo entendimento das letras, palavras e números, e é mais voltado ao universo de um modo masculino. Os egípcios também utilizaram o olho de Horus, em fragmentos como parte do seu sistema numérico. As partes do olho representavam frações. Cada parte com o seu valor.

por André Laranjeira em 17.02.2016
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Maat - Divindade ou Conceito?