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MAAT - DIVINDADE OU CONCEITO?

Se a deusa Maat fosse um ser humano e vivesse atualmente, ela certamente trabalharia num tribunal, e seria provavelmente uma juíza. Desculpem esta divagação momentânea, mas quando se trata desta deusa egípcia é inevitável. Maat era o símbolo da verdade, da justiça, e da harmonia cósmica para os antigos egípcios. Na prática Maat era um conceito abstrato de justiça universal que impera no mundo desde a sua origem e que acima de tudo era necessário preservar. Basicamente resumia a visão cósmica egípcia. A crença na Maat provém de uma época antiga da cultura egípcia, e é um elemento chave dela, que dá sentido ao seu caráter dualista.


por André Laranjeira em 17.02.2016
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Rá, o deus solar, descia a cada anoitecer ao infra mundo – Duat – e depois de percorre-lo aparecia de novo no céu ao amanhecer do dia seguinte.
Para que este ciclo diário de regeneração do mundo não fosse alterado nem parado, Rá deveria enfrentar com êxito, durante a sua passagem pelo reino das trevas, a Apófis, símbolo do mal, representado por uma serpente. Para simbolizar este triunfo de Rá sobre Apófis, ou do bem sobre o mal, os egípcios representavam o princípio da Maat, encarnado numa deusa que ajuda Rá na sua luta.Para os egípcios Maat era a força benéfica dos deuses.
Por isso os sacerdotes faziam oferendas diariamente e rituais de magia para garantir a sua preponderância, pois dela dependia a harmoniosa manutenção da ordem e um mundo justo. Maat estava estritamente ligada á figura faraónica, tanto no sentido religioso como moral.
Esta vinculação alcançou o seu máximo no decorrer do Império Antigo, e era frequente o próprio faraó fazer as oferendas diárias. O faraó como suprema encarnação da justiça humana e divina, devia por isso encarregar-se tanto de propiciar o predomínio da Maat, como trabalhar pela prosperidade e bem-estar do seu povo. Ambas as coisas estavam estritamente relacionadas, pois eram guiadas pelos mesmos princípios de ordem, verdade e justiça.

A bonança era interpretada como resultado do bom trabalho do faraó. Por outro lado em tempos de crise acreditava-se que ocorria a derrota da Maat pela mão de forças malignas.
Por vezes, representava-se o conceito de Maat como mais uma deidade. Como deusa Maat aparece representada como uma mulher de pé ou sentada, levando sobre a cabeça o seu símbolo, uma pluma de avestruz vertical, portando o cetro Was e a Ankh.
Após o reinado do faraó Akhenaton também foi representada como uma mulher alada. O hieróglifo que a representa é também uma pluma de avestruz vertical em perfeito equilíbrio, entre outras variantes.

Este símbolo aparece na representação do juízo de Osíris, no momento em que se pesava numa balança de dois pratos o coração (consciência) do defunto, e o hieróglifo de Maat que representaria a justiça.
Se os dois tivessem o mesmo peso o falecido adquiria a sua morada eterna no jardim dos juncos em comunhão com os deuses. Se isso não acontecesse o recém-falecido era devorado por Ammit, a devoradora de almas.
Maat como deusa foi venerada em Karnak, no seu santuário. Teve também um templo em Mênfis, e foi venerada no templo de Deir-el-Medina, bem como em templos dedicados a outras divindades.

Há pouca literatura sobrevivente que descreve a prática da lei egípcia antiga. Maat era o espírito em que a justiça foi aplicada, em vez do estabelecimento detalhado de regras. Maat era basicamente a norma e os valores para aplicação da justiça. Audiências foram realizadas em locais de culto de Maat, e lá os prisioneiros eram mantidos em prisão preventiva. A partir da V dinastia (2510-2370 a. C.) em diante, o vizir responsável pela justiça foi chamado de sacerdote de Maat. A lei de Maat pode ser encontrada no capítulo 125 do Livro dos Mortos, também conhecida como as "42 leis de Maat", a "declaração de inocência" ou as "confissões negativas".
Se tiverem mais alguma dúvida sobre esta deusa fantástica não hesitem em deixar um comentário aqui em baixo.Deixem o vosso “Gosto” e “Partilhem” em todas as redes sociais.

Maat - Divindade ou Conceito?